Poesia na cidade em papel

O Dia Mundial da poesia ficou este ano, para mim, marcado pela publicação na analecta da Biblioteca Municipal / Câmara Municipal de Condeixa do poema que aqui publiquei há um ano. Tinha sido selecionado no concurso de 2014.

Tive o gosto de ter estado presente na sessão que decorreu no sábado, dia 19 de março, na Biblioteca Municipal de Condeixa e que contou com agradáveis momentos de música e de poesia.

Foi um sábado cheio. Acompanhei três alunos da minha turma do 11º A às Olimpíadas da Geologia, que decorreram em Coimbra, e depois acompanharam-me eles a mim à sessão em Condeixa e gostaram de viver um sábado diferente.

Tinha já um poema na primeira analecta e, como gostei, repeti a dose.

 

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Folha em branco

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Há muito preferi-te aos brinquedos

Só eu via os encantos que tu tinhas

Sim só tu me conheces me adivinhas

Na nossa intimidade e nos segredos

 

Partilhámos os gostos e os medos

Lembro hoje saudoso quando vinhas

Carente entregar-me tuas linhas

Abrir-te branca e pura em meus dedos

 

Sempre pronta a aceitar a minha mão

Para lá dos encontros fugidios

E eu guardava-te junto ao coração

 

Sonhando na textura de cetim

Confiante aceitava os desafios

Na urgência de dar-te algo de mim.

Como tinha noticiado recentemente, o meu soneto “Folha em branco” era um dos finalistas no I Concurso Internacional de Poesia da Casa de Espanha – Categoria Internacional, o que significava ser selecionado para publicação na coletânea com os melhores trabalhos concorrentes.

Soube hoje que me foi atribuído o terceiro lugar. Fico grato à Casa de Espanha – Núcleo Artístico-Cultural Federico Garcia Lorca, no Rio de Janeiro – Brasil. É sempre agradável ver os meus textos reconhecidos e divulgados.

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Palavras do Mundo – Fronteira

Mais um poema selecionado para publicação no Brasil.

Com e sem rede

Os oceanos ou as cordilheiras
Estão hoje mais fáceis de transpor
E o mundo ali todo ao dispor
Num tempo em que se esbatem as fronteiras

Conversa-se, alheios a bandeiras,
O mundo todo ali mesmo ao redor…
Porém, e não será um pormenor,
Todos os dias surgem mais barreiras

Levantam-se fronteiras de indiferença,
Picos gelados mesmo à nossa porta,
Mares com tempestade em nosso prédio…

Sim, cresce a solidão, essa doença,
Quando falta o carinho que suporta,
O gesto que seria o remédio.

João Alberto Roque

 

Cartonera

Concorri com este soneto ao concurso “UNILA Cartonera 2013” da Universidade Federal da Integração Latino-Americana.
Achei interessante a ideia deste concurso e o tema do poema foi inspirado na realidade da região – de fronteira – onde se situa aquela universidade tão especial, mas leva-nos a outras fronteiras mais difíceis de transpor.

A UNILA é uma universidade sedeada em Foz do Iguaçu, cidade brasileira na zona de fronteira, que integra uma área urbana com mais de 700 mil habitantes, constituída também por Ciudad del Este, no Paraguai e Puerto Iguazú, na Argentina, países com os quais a cidade faz fronteira, e dos quais está separada (ou unida) pelo Rio Iguaçu, onde se situam as Cataratas do Iguaçu, uma das vencedoras do concurso que escolheu as 7 Maravilhas da Natureza.
Os textos selecionados (em português e espanhol) foram publicados num livro produzido numa “oficina cartonera” que, ao que percebi, constitui um dinâmico movimento cultural na região, com a publicação de livros de forma artesanal.
A versão em pdf do livro (infelizmente sem a capa de cartão artesanal, que parece que vou eu tentar fazer) está disponível em
http://www.unila.edu.br/sites/default/files/files/TEXTO%20FINAL(1).pdf

 

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Se eu fosse um livro…

E se eu fosse um livro, por magia,

Para me poderes ler sobre esta mesa?

Se pudesse escolher, tenho a certeza,

Seria coletânea de poesia.

.

E em cada poema uma surpresa

A cada nova página que abria.

Sim, que esta capa gasta, quem diria,

Guarda dentro de si muita beleza

.

No ritmo e na rima dos poemas

Justa combinação, a dos fonemas,

Feita para que gostes de me ler.

.

Tudo depende só da tua escolha…

Perder-te-ias toda em cada folha.

Levar-te-ia aos cumes do prazer.

Como prometido no artigo anterior, em que dei conta de este soneto ter sido selecionado para publicação no concurso “A Palavra em Prisma”, organizado pelas Bibliotecas Públicas Municipais de Guarulhos – São Paulo – Brasil, aqui o deixo.

Quanto à imagem, regresso à que usei quando comecei o blogue a 20/01/2009.

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Se eu fosse um livro… A Palavra em Prisma

Prisma

Concorri ao concurso “A Palavra em Prisma”, organizado pelas Bibliotecas Públicas Municipais de Guarulhos – São Paulo – Brasil – e fui hoje informado de que fui selecionado para publicação (único prémio do concurso). Recebi a notícia como uma espécie de presente de Natal.

O texto nasceu de um desafio da biblioteca da escola onde trabalho. Um livro em branco para os alunos e outros utilizadores escreverem algo sobre o tema E se eu fosse um livro?

Optei por escrever um soneto porque, com as suas regras bem definidas, é mais difícil e mais desafiador.

Parece que encontrei a musa, ali sentado entre os livros da biblioteca da escola.

O meu poema estar nos trinta selecionados para publicação, entre quase mil trabalhos, deixa-me, obviamente, contente.

Fica desde já prometido que, quando receber os exemplares que me cabem da coletânea com os trinta poemas selecionados, a biblioteca da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré receberá um deles, com uma dedicatória sentida.

Se a tal for autorizado pela organização do concurso, também publicarei aqui o soneto Se eu fosse um livro… 

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Cerejas são palavras

Comia umas cerejas (já pareço o Carlos Tê, “roendo uma laranja na falésia”) e… lembrei-me de uma iniciativa que as responsáveis da biblioteca da minha escola organizaram, em 2009. Já não me lembro do tema exato… seria “Salada de frutos com poesia”? Para a ocasião escrevi um conjunto de poemas e num apareciam cerejas. Brinquei com o provérbio “As palavras são como as cerejas: atrás de uma vêm as outras.”

Escrevi sob a forma de soneto, que é sempre mais desafiante.
Espero que gostem também da foto. Não havia nenhuma na Net que correspondesse ao que procurava e a necessidade aguça o engenho… tive que armar-me em fotógrafo.

cerejas 

Cerejas são palavras

.

Cerejas são palavras… encantadas.

Puxa-se uma e vem outra de seguida.

Doces, acres, amargas ou iradas,

E não é só caroço… é a vida.

.

Cerejas saborosas, mas bichadas,

Cerejas sumarentas, coloridas…

Falas do povo, rudes, mas honradas,

Em trocas de cerejas mal medidas.

.

Mas se o rumo não é o que deseja,

Uma cereja puxa outra cereja

E acaba instalada a confusão.

.

Na verdade, nem sempre, infelizmente,

É a comer cerejas que a gente

Se entende! Se a cereja é agressão.

.

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