É na escola meu lugar
Criança deve brincar
E a brincar aprender
Por enquanto, sou criança
É na escola meu lugar
O lugar para crescer.
Preciso de alimentar
Esta fome de saber
Por enquanto, sou criança
É na escola meu lugar
E meu trabalho aprender
Hei de um dia trabalhar
E meu trabalho render
Por enquanto, sou criança
É na escola meu lugar
Que preciso de crescer.
Estar com fome e estudar?
Cansado e aprender?
Não foste também criança?
Põe-te então no meu lugar!
É preciso responder?
Não me impeçam de sonhar
Quero estudar, criar, ler
Por enquanto, sou criança
É na escola meu lugar
O lugar para crescer.
João Alberto Roque
Depois do texto – o mais visitado do blogue – sobre o trabalho infantil que escrevi há muitos anos (sobre a realidade portuguesa na indústria do calçado, que felizmente pertence maioritariamente à história), volto ao tema, de uma forma mais suave, com este poema. Infelizmente em muitos países do mundo ainda continua a ser um tema bastante pertinente, lembrado especialmente neste “Dia Mundial contra o trabalho infantil”.
Hoje nas escolas portuguesas, quando um aluno vem cansado e sonolento, geralmente a causa não é o trabalho infantil, mas as noites mal dormidas devido à utilização indevida e exagerada das novas tecnologias. Há, no entanto, ainda casos pontuais de exploração do trabalho infantil que importa erradicar. Também não sou adepto do extremo oposto, em que as crianças não colaboram em qualquer tarefa em casa.
Colaborar nas tarefas domésticas, de forma leve, adaptada à idade, e que lhes deixe tempo para o estudo e para o lazer, é também parte da sua aprendizagem para a vida.
Imagens colhidas em:
http://piauihoje.com/noticias/brasil-tem-aumento-do-trabalho-infantil-entre-criancas-de-5-a-9-anos/
https://comdeuseaverdade.blogspot.com/2015/04/ministros-assinam-portaria-que.html
Filed under: Poema, Poesia | Tagged: crianças, Dia Mundial contra o Trabalho infantil, Escola, infantil, Poema, Poesia, trabalho infantil | Leave a comment »