O Fim

Estamos a preparar mais uma participação nas “Escolíadas” e deu-me para recordar… “O Fim”, tema da nossa escola no ano anterior ao “Fim do Mundo”. Lembram-se?

Já reparaste no que andas a perder
Enquanto olhas o que foi ou o que vai ser?
Então aceita este dia como se fosse um presente…
E porque não? E porque não? E porque não?

Vive cada dia… decifra os sinais!
Vive este dia… tu não tens mais,
Que o teu mundo acabará…
Sim, algum dia o fim chegará…

Já reparaste quantas vezes adiaste
Quantas vezes tu deixaste para depois…
Os anseios mais profundos que trazes no coração?
O que é que esperas? O que é que esperas? O que é que esperas?

O fim está…
O fim está aí!
O fim está aí mesmo!
Porque é que tu não queres ver?

Vive cada dia… decifra os sinais!
Vive este dia… tu não tens mais,
Que o teu mundo acabará…
Sim, algum dia o fim chegará!

Tu sabes tudo, tudo… Eu só sigo o coração.
O fim está perto, o fim é certo, mas vives na ilusão.
O tempo é pouco, sim, o que tens p’ra viver.
Segue os teus sonhos, sente o coração bater,

Não fujas mais de ti, dos teus ideais
Porque amanhã pode ser já tarde demais.
Então pára! Pára aí! Pensa um pouco:
Onde vais, sem um rumo, como louco?
Assim não chegas lá… assim não chegas lá…

Vive cada dia… decifra os sinais!
Vive este dia… tu não tens mais,
Que o teu mundo acabará…
Sim, algum dia o fim chegará!

Gostei muito desta canção (pudera… a letra foi da minha autoria, criada para a melodia de Hurricane – 30 seconds to Mars) na voz da Maggie Leal e da Prof. Anabela Rocha, duas vozes lindas.
Nesse ano o João Almeida foi agraciado com o prémio de melhor bailarino das Escolíadas – percebe-se bem porquê. A Catarina Silva e a Beatriz Caçoilo também estiveram muito bem.

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Na rua – uma pintura com história

Dia 23 deste mês de fevereiro haverá um sarau na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, organizado pela equipa que está a preparar a participação da nossa escola nas Escolíadas deste ano.

Tinha-me disponibilizado a participar, mas foi marcada para o mesmo dia e hora, uma reunião da Assembleia Municipal, de que faço parte, pelo que não terei possibilidade de estar presente.

O que queria apresentar, e vos deixo aqui, é uma história – em verso e pintura – memória da minha primeira participação nas Escolíadas.

 

Pintura - Na Rua

Na rua

     I

Na rua…

Há muita gente que passa

no seu passo apressado

sem laços que liguem

a quem segue a seu lado

A rua é, muitas vezes,

um espaço de solidão

mesmo que à volta

exista uma multidão

     II

É noite, há um ser humano

abandonado na rua,

alguém para quem a vida

foi cruel, sob a crua luz da lua

Sim, porque muitas vezes

passaste por ele na rua

mas fingiste que nada vias…

a culpa também é tua

     III

Quem está à tua frente

vive uma dura realidade

mas é alguém que merece

uma nova oportunidade

Só precisa que alguém

o olhe nos olhos, lhe dê a mão

e o ajude

a levantar-se do chão

     IV

Enquanto nas nossas ruas

houver gente solitária

será precisa mais gente

numa atitude solidária

A rua é local de encontro

não só ponto de passagem

deve ser lugar de festa

e que ninguém fique à margem.

Este poema foi feito para apresentar, nas Escolíadas de 2006, a prova de pintura, subordinada ao tema “A Rua” (tema geral da nossa participação).

Tentámos (e acho que conseguimos) contar uma história com este poema e diferentes imagens exibidas a partir de uma única… para isso usámos o nosso engenho e arte e um pouco de (pa)ciência.
A pintura, quando iluminada com luz de diferentes cores ia revelando as diferentes cenas:

I – Multidão (pintada em azul, é iluminada com luz azul que “esconde” o vermelho);

II – Há um “Sem-abrigo” deitado no chão. O céu, iluminado com a luz vermelha, fica escuro (noite) e a multidão deixa de se ver;

III – A personagem central ajuda o “sem-abrigo” a levantar-se (pintados com tinta florescente. A iluminação com “luz negra” esconde tudo o resto, menos algumas janelas iluminadas);

IV – Vê-se todo o conjunto (sob luz branca).

Dessa edição de 2006,  a primeira em que participei, duas pessoas merecem ser destacadas: a professora Eunice Almeida – a “cola” que fez de um grupo heterogéneo uma verdadeira equipa – e o Paulo Fernandes (Zyon) – o nosso craque da pintura, com excelente domínio do desenho e do manejo das tintas em spray, que, com a minha colaboração, conseguiu uma prova que teve a cotação máxima de todos os elementos do júri.

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Em busca de identidade

IdentidadeMúsica e Dança da ESGN nas Escolíadas 2015
(o vídeo abre num novo separador, no Sapo)

A vida é um baile confuso
E, às vezes, p’ra meu desgosto,
De entre as máscaras que uso
Nem reconheço o meu rosto…

São tantas as personagens
Que tento representar
Que já troco as mensagens
Os passos que devo dar…

Em busca de identidade.

 

Aqui estou de corpo inteiro
Mas de mente dividida
Mais peças no tabuleiro
Já não cabem numa vida

 

Todas são realidade
Que vivo em plenitude
Partes de uma identidade
Que busco com inquietude.

Depois de vários anos bastante envolvido, este ano a minha participação nas Escolíadas limitou-se à escrita da letra para a canção que levámos na prova de música, com música da Prof. Margarida Alves e tão bem interpretada por um grupo de alunos e professores.

Nem sequer pude assistir ao vivo à participação da escola, pois estava a caminho de Santiago de Compostela, aproveitando o fim de semana prolongado, numa iniciativa marcada há muito. Ainda bem que há este vídeo…

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Nós somos do mundo

Dedico este texto aos que se encheram de coragem e deixaram o país à procura de melhor vida. Emigrantes, de diferentes gerações, que enfrentaram dificuldades e as venceram. Um tema que, infelizmente, está atual, porque “hoje, de novo, resta-nos partir e ir pelo mundo à conquista do que cá dentro nos negam”.

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Nós somos do mundo

Assim somos nós
Este povo que foi grande demais
Para ficar preso nestas fronteiras
E se aventurou pelo mar tão profundo.
Nós somos do mundo!

Assim somos nós
Ilusão e uma mala de cartão
Este povo que cruzou as fronteiras
E se aventurou por tantos países…
Deixámos raízes.

E hoje de novo
Resta-nos partir
E ir pelo mundo à conquista
Do que cá dentro nos negam.
A sorte há de sorrir…
Se formos audazes.

Fugindo às crises por outras paragens,
Com este chão e este mar na memória,
Faremos História.

E hoje de novo
Nosso fado é partir
E ir pelo mundo à conquista
Do que cá dentro nos negam.
A sorte há de sorrir…
Nós somos do mundo!

João Alberto Roque

Este texto foi escrito, já há uns anos, para encaixar na música de “Senhora do Mar”, com que Vânia Fernandes representara o nosso país no Festival da Eurovisão.

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