Dia 23 deste mês de fevereiro haverá um sarau na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, organizado pela equipa que está a preparar a participação da nossa escola nas Escolíadas deste ano.
Tinha-me disponibilizado a participar, mas foi marcada para o mesmo dia e hora, uma reunião da Assembleia Municipal, de que faço parte, pelo que não terei possibilidade de estar presente.
O que queria apresentar, e vos deixo aqui, é uma história – em verso e pintura – memória da minha primeira participação nas Escolíadas.
Na rua
I
Na rua…
Há muita gente que passa
no seu passo apressado
sem laços que liguem
a quem segue a seu lado
A rua é, muitas vezes,
um espaço de solidão
mesmo que à volta
exista uma multidão
II
É noite, há um ser humano
abandonado na rua,
alguém para quem a vida
foi cruel, sob a crua luz da lua
Sim, porque muitas vezes
passaste por ele na rua
mas fingiste que nada vias…
a culpa também é tua
III
Quem está à tua frente
vive uma dura realidade
mas é alguém que merece
uma nova oportunidade
Só precisa que alguém
o olhe nos olhos, lhe dê a mão
e o ajude
a levantar-se do chão
IV
Enquanto nas nossas ruas
houver gente solitária
será precisa mais gente
numa atitude solidária
A rua é local de encontro
não só ponto de passagem
deve ser lugar de festa
e que ninguém fique à margem.
Este poema foi feito para apresentar, nas Escolíadas de 2006, a prova de pintura, subordinada ao tema “A Rua” (tema geral da nossa participação).
Tentámos (e acho que conseguimos) contar uma história com este poema e diferentes imagens exibidas a partir de uma única… para isso usámos o nosso engenho e arte e um pouco de (pa)ciência.
A pintura, quando iluminada com luz de diferentes cores ia revelando as diferentes cenas:
I – Multidão (pintada em azul, é iluminada com luz azul que “esconde” o vermelho);
II – Há um “Sem-abrigo” deitado no chão. O céu, iluminado com a luz vermelha, fica escuro (noite) e a multidão deixa de se ver;
III – A personagem central ajuda o “sem-abrigo” a levantar-se (pintados com tinta florescente. A iluminação com “luz negra” esconde tudo o resto, menos algumas janelas iluminadas);
IV – Vê-se todo o conjunto (sob luz branca).
Dessa edição de 2006, a primeira em que participei, duas pessoas merecem ser destacadas: a professora Eunice Almeida – a “cola” que fez de um grupo heterogéneo uma verdadeira equipa – e o Paulo Fernandes (Zyon) – o nosso craque da pintura, com excelente domínio do desenho e do manejo das tintas em spray, que, com a minha colaboração, conseguiu uma prova que teve a cotação máxima de todos os elementos do júri.
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